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Fortalecendo a Agricultura Familiar

Nesta sua intervenção educativa com jovens, a FASE Bahia busca criar condições propícias à geração de renda, entendendo que isto é essencial para o fortalecimento da Agricultura Familiar enquanto ator econômico e sujeito de direitos.

Nunca é demais enfatizar que o fortalecimento da Agricultura Familiar tem diversas dimensões, e que as mesmas, embora eventualmente possam ter maior ou menor relevância em certos momentos, são indissociáveis. Ou seja, os esforços para ampliar as alternativas de geração de renda para jovens agricultores familiares são feitos em conjunto com outras ações que se articulam ao longo do processo. Ações estas que além de interdependentes, quando efetivadas de maneira articulada, provocam efeitos benéficos que superam sua capacidade isolada de gerar impactos positivos.

De nada adiantaria canalizar recursos para melhorar a capacidade produtiva de jovens agricultores, se não se atuar, também, na melhoria de sua organização comunitária e sindical.

 

 

Não adianta ter construído conhecimentos que ao serem aplicados nas propriedades, pelos jovens e suas famílias, permitem aumentar o volume do que se produz, se não se dedicam outros esforços para ampliar o entendimento sobre como acessar alternativas de comercialização para esta produção que se conseguiu aumentar.

A geração de renda que fortalece a Agricultura Familiar tem de contribuir também para a construção de relações de gênero e de geração mais equitativas. Isto se alcança na medida em que eventos de formação geram conhecimento, e permitem análises críticas sobre como a família agricultora reconhece os diferentes tipos de trabalho que são feitos, e quais critérios aplica para definir como retribuir o trabalho de seus integrantes.

Esta concepção e prática da FASE Bahia, enquanto entidade de Educação Popular, se afina perfeitamente com a estratégica de contribuir para a transição agroecológica destes jovens e suas famílias.

A própria dimensão da geração de renda tem vários aspectos que são abordados pela FASE em suas atividades. Os jovens são estimulados a refletirem sobre a composição de sua renda atual, procurando identificar sua origem no que se refere à atividade produtiva (originou-se em plantações, ou criações); à forma como se deu a comercialização (vendeu na comunidade; vendeu para atravessadores; foi comercializar na feira local; tentou acessar o PAA e/ou o PNAE).

Os jovens são estimulados a refletirem sobre a composição de sua renda, identificando o que é renda monetária (aquela oriunda da venda do produto), e o que é renda não monetária (quando a produção se destina ao auto consumo; ou quando se consegue produzir com insumos obtidos na própria propriedade). Embora simples, é preciso reconhecer que muito pouca gente contabiliza como renda, o que deixa de gastar, sem perder qualidade de vida com este gasto não feito, uma vez que a necessidade foi suprida pela própria produção.

Todos esses aspectos são trabalhados nas várias formas que assume a intervenção educativa da FASE Bahia. Exemplo disso são as Visitas de Assessoria Técnica, momento em que tanto a comunidade, ou a família agricultora, ou o jovem em seu Núcleo Produtivo, recebem orientações e dialogam com o pessoal da FASE responsável pela assessoria técnica. Foi o que aconteceu recentemente na propriedade familiar da jovem Eliese, onde a técnica responsável pelos trabalhos em Presidente Tancredo Neves, e Valença, Rosélia Melo, juntamente com o Coordenador Técnico Geral do projeto, Fernando Oiticica, acompanharam o desenvolvimento do Núcleo Produtivo desta jovem.

Durante a visita, a FASE Bahia verificou a utilização de equipamento adquirido pelo projeto (roçadeira costal), no controle de biomassa. As orientações, feitas com base em princípios que favorecem a transição agroecológica, enfatizaram os benefícios causados pela cobertura morta (deixar a biomassa no solo) tanto para a melhoria da vida do solo, como para a conservação da umidade e reciclagem de nutrientes.  Ficou constatado que as bananeiras plantadas estão com desenvolvimento satisfatório. Foi feita orientação para a desfolha das plantas, iniciando-se proveitosa troca de conhecimentos sobre a época mais indicada para a realização deste trato cultural. Além da bananeira a jovem já realizou a plantação das mudas de cacau em toda área.

Outro caso ilustrativo desta visão de conjunto da intervenção da FASE, sempre balizada pelo objetivo de fortalecimento da Agricultura Familiar, e com a estratégia programática de concentração nos territórios do Baixo Sul, e do Vale do Jiquiriçá, é a sintonização das ações de geração de renda dos jovens, com o apoio aos Grupos de Mulheres existentes nas comunidades, e que também são acompanhados pela FASE Bahia.

Na Comunidade do Gervásio, município de Valença, realizou-se em outubro de 2014, um evento protagonizado pelo Grupo de Mulheres em que os jovens Damião e Damião, fizeram a exposição e comercialização de produtos preparados por eles e suas famílias.

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