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Socializando conhecimentos

Conforme já se relatou anteriormente, as atividades de formação  constituem parcela muito importante da intervenção educativa da FASE Bahia junto aos jovens agricultores e suas famílias.

Tanto na realização dos momentos específicos de formação como Oficinas, Intercâmbios, e Dias de Campo, como no dia a dia da assessoria técnica às experiências produtivas dos jovens em seus Núcleos Produtivos, enfatiza-se a junção necessária da teoria com a prática.

Estimula-se jovens e famílias agricultoras das comunidades a aplicarem os conhecimentos construídos em suas atividades produtivas, como forma de testar sua validade, viabilidade, e eficácia. Este procedimento contribui inclusive, para que se descubram eventuais adaptações de princípios gerais, ao contexto sócio ambiental específico da propriedade familiar onde se localiza o plantio ou criação.

Exemplo destes procedimentos foi o Dia de Campo sobre poda de árvores frutíferas, realizado em fevereiro de 2015, na comunidade de Tabuleiro de Corte de Pedra, município de Presidente Tancredo Neves.

O processo de construção coletiva de conhecimentos não se restringe apenas às etapas de produção, onde plantios e criações são priorizados, mas incorpora aspectos relacionados ao beneficiamento, agroindustrialização, e comercialização da produção.

Um bom exemplo deste processo de construção e socialização de conhecimentos, simultaneamente à sua aplicação concreta pelas famílias e nas comunidades, é a programação e realização de atividades de intercâmbio, onde se procura colocar em contato, de maneira organizada, jovens interessados em determinado tipo de conhecimento, com grupos já desenvolvendo atividades que abarcam o tipo de conhecimentos demandado. Muita gente denomina isso de “transmissão de conhecimento de agricultor para agricultor”.

 

Em 06/02/2015, a equipe técnica da FASE organizou um Intercâmbio destinado a atender demandas de jovens para formação em organização comunitária, acesso ao PNAE e ao PAA, e agroindustrialização de frutas e de derivados de mandioca. Jovens foram conhecer o Grupo de Mulheres da comunidade da Pindoba, no município de Mutuípe. Este grupo que funciona por dentro da associação local, produz sequilhos e beiju, comercializa via PNAE e PAA, além de mercados locais e feiras. Enquanto Grupo de Mulheres, reúne agricultoras de idades variadas, desde mães e avós de família, até jovens iniciantes na caminhada.

Participaram jovens residentes na comunidade do Tabuleiro Corte de Pedra, do município de Presidente Tancredo Neves. Ao chegar a comunidade da Pindoba, foram acolhidos pelo Grupo de Mulheres, lideradas pela senhora Maria da Gloria. Foi feita uma “roda de conversa” onde se relatou a historia da comunidade da Pindoba, e do Grupo de Mulheres, e como a agroindústria gerida pelo grupo vem funcionando. Nesta agroindústria, as mulheres se organizam para produzir polpas de frutas; derivados da mandioca; e doces diversos que são comercializados via PAA, ou direto ao consumidor. Após esta longa conversa realizou-se uma visita às instalações da agroindústria, e em seguida realizou-se a prática de produção de diversos sequilhos e beiju de tapioca. Agricultores(as) presente tiveram a oportunidade de aprender na prática. Após a produção dos sequilhos e beiju foi feita a degustação dos produtos ali confeccionados, e também se esclareceram dúvidas relativa ao funcionamento e gestão desta experiência produtiva, tanto no aspecto da gestão, como no relacionado ao acesso de políticas públicas como o PAA, e o PNAE.

Na interação que vem sendo feita entre a FASE, os jovens e famílias agricultoras das comunidades, aflora com frequência a problemática do destino da produção, e dos obstáculos existentes para a reprodução social e econômica da Agricultura Familiar nos territórios do Vale do Jiquiriçá, e do Baixo Sul.

Por isso é que a FASE inclui nos eventos de formação, bem como, nas atividades de assessoria técnica em campo, tópicos relacionados ás políticas públicas destinadas a ampliar o acesso de agricultores familiares aos mercados institucionais. Jovens e famílias agricultoras recebem assessoria sobre crédito (PRONAF), suas demandas para elaboração de projetos e posterior encaminhamento aos agentes financeiros são acompanhadas pela FASE.

Periodicamente se realizam eventos alusivos ao PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar; e ao PAA – Programa de Aquisição de Alimentos, onde informações sobre condições de acesso, normas de funcionamento, potencialidades e dificuldades são amplamente debatidos.

O fortalecimento e qualificação das organizações comunitárias é também objeto de atenção nos eventos de formação, uma vez que se percebe a enorme importância do exercício do controle social, como ferramenta para ampliar a abrangências e melhorar a operacionalização dessas políticas públicas e programas governamentais nos 7 municípios onde a FASE Bahia atua.

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