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Jovens atuando

Com a realização das várias atividades previstas no planejamento, como os Intercâmbios e Dias de Campo, percebe-se que a atuação dos jovens vem resultando em crescimento não só de seus conhecimentos técnicos, mas também de sua auto estima enquanto sujeitos de direitos e atores sociais, políticos, e econômicos.

Em virtude de seu engajamento nas diferentes formas de ação, esses jovens estão podendo realizar visitas e oficinas, conhecendo experiências produtivas, e de organização, protagonizadas por outros jovens e entidades associativas de várias comunidades e municípios do Baixo Sul, e do Vale do Jiquiriçá.

Esta é uma situação nova, sendo frequente encontrar jovens que afirmam jamais terem tido a oportunidade de conhecer outras comunidades onde famílias agricultoras trabalham em contextos semelhantes aos seus, vivenciando o mesmo tipo de problemas e buscando alternativas de produção, e de organização, para enfrentarem e superarem adversidades.

As atividades coletivas têm propiciado momentos em que se trocam conhecimentos, e se dialoga sobre caminhos e estratégias escolhidas para superação de problemas comuns às famílias agricultoras da região.

Embora relativamente próximas uns das outras, uma série de fatores faz com que não seja muito frequente o deslocamento de jovens agricultores de uma para outra comunidade. Geralmente os jovens se encontram nas sedes municipais, onde frequentam escolas, procuram serviços de assistência médica, de transporte, ou espaços para comercializar parte de sua produção.

Os meios de comunicação aos quais esses jovens têm acesso, praticamente nada divulgam sobre a Agricultura Familiar, e muito menos sobre experiências organizativas em que famílias agricuçltoras buscam somar seus conhecimentos, esforços e vontades para a construção de alternativas.

Daí a importância de que se revestem atividades propostas e concretizadas pela FASE, em que grupos de jovens e de famílias agricultoras entra em contato com outros grupos, para analisarem e debaterem experiências relacionadas à conquista de melhores condições de vida.

Foram realizados Dias de Campo nas comunidades de Andaiá; Duas Barras do Fojo; Pau Seco; e Rio do Braço; em Mutuípe; Riacho Novo, em Jiquiriçá; e Boqueirão, em Ubaíra.

Essas atividades foram realizadas com o objetivo de chamar a atenção para os perigos do uso de agrotóxicos e aprofundar o debate sobre a alternativa tecnológica mais apropriada para a agricultura familiar que é a agroecologia. Exibiu-se o filme “O veneno está na mesa 2”, de Sílvio Tendler, material da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida , promovida pela ANA  - Articulação Nacional de Agroecologia. A FASE atua nestes dois espaços.

Outra vertente da atuação da FASE Bahia com os jovens é a assessoria aos esforços de busca por alternativas de comercialização.

Neste âmbito, tanto se tem trabalhado para socializar informações e acompanhar processos de acesso ao PAA, e ao PNAE, como a busca por oportunidades em espaços locais, como a venda na própria comunidade, nas feiras municipais, e aos comerciantes de povoados e cidades próximas.

A FASE, juntamente com as entidades parceiras, vem fazendo o levantamento sistemático da realização, ou não, de Chamadas Públicas do PNAE, em conformidade com a Lei 11.947/2009, por parte das Prefeituras dos municípios onde se está executando este projeto, para estimular o exercício do controle social por parte das organizações representativas da Agricultura Familiar.

No caso da comercialização  de polpas de frutas congeladas, verifica-se que jovens de Laje, como Daniel Morais, José Domingos, e Leandro Santos,  da Comunidade da Pindoba, vêm tendo sucesso na venda para mercados e restaurantes.

Para tanto, a assessoria da FASE teve de intervir educativamente não só nas etapas relacionadas à escolha e preparo das áreas onde se instalariam os pomares, como na definição das espécies frutíferas a serem plantadas, no debate sobre ao adensamento de pomares já existentes com inclusão de novas espécies e consequente diversificação, pensando na futura constituição de SAFs - Sistemas Agroflorestais. A assessoria técnica também acompanhou o processo de condução do pomar, de dimensionamento, construção da base física, e escolha e instalação de equipamentos adequados e economicamnete viáveis para a agroindustrialização das frutas e consequente produção e armazenamento correto das polpas congeladas.

Mas também teve de se dar acompanhamento individualizado, ou em grupos, para que jovens superassem timidez e assumissem sua condição de gestores de sua produção, tomando iniciativa de procurar alternativas de comercialização, perdendo a timidez em procurar compradores, e "caindo em campo" promovendo suas polpas e buscando clientes.

Neste sentido, os meses iniciais de 2015 foram repletos de iniciativas, como a em que jovens das comunidades do Km 17, Rindoba, Riachão  e Rio de Areia. localizadas em Laje;  as de Barra, e Tabuleiro da Santa, sediadas em São Miguel das Matas; foram conhecer experiências na comunidade do Calumbi que fica em Presidente Tancredo Neves. Neste intercâmbio, os jovens construíram conhecimentos observando práticas agroecológicas que vêm sendo efetivamente conduzidas por diversas famílias agricultoras. Trata-se da condução de plantios em policultura, além de manejo adequado do solo. Debateu-se sobre os benefícios advindos da consorciação de culturas; da adoção de princípios de sucessão e rotação de culturas para incrementar a fertilidade natural dos solos, sobre como a cobertura do solo com maior massa vegetal protege contra a erosão e vai diminuindo a proliferação de plantas não desejadas. Foi possível conhecer também boas práticas na criação de aves, e de suínos, com demonstrações da utilização dos estrumes animais na adubação orgânica de plantios.

Quando as condições permitem, técnicos da FASE incluem nestes intercâmbios outros temas além das questões mais diretamente ligadas a plantios e criações. Assim aconteceu na comunidade do   km 17, em Laje, com a troca de experiência com saberes e sabores, onde se fez a degustação de produtos elaborados por jovens. A comercialização desses produtos têm gerado renda para os jovens que estiveram presentes e que são das comunidades da Pindoba; Rio de Areia; e Riachão.

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